segunda-feira, 1 de outubro de 2012

NAMORO - por Arnaldo Jabor





"Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os 

braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo 

mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do whisky com energético 

e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem 

aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e 

reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, 

infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, 

namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo 

todo, e nele, os ingredientes vão além do descompromisso como: não receber o 

famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo 

depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se a outra estiver 

beijando outro, etc, etc, etc. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo 

das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer 

de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de 

cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das 

cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ela, é telefonar só para dizer 

bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, ter alguém 

para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar 

lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´...Somos livres para optarmos! E ser

livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e

 se permitir viver um sentimento."

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